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Origem
O território continental sofreu a ocupação de diversos povos ao longo do tempo, dos celtas aos mouros, tendo cada um destes povos trazido os seus próprios animais e, consequentemente, influenciando
os existentes.
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A origem da raça Churra do Minho, tal como a das outras raças de ovinos do Norte de Portugal, são os troncos ibéricos Ovis aries iberica e Ovis aries ligeriensis que teriam habitado a região peninsular.
Além da influência dos animais trazidos durante as ocupações, o efectivo ovino desta região sofreu também, num passado mais recente, a influência de animais provenientes de outras regiões de Portugal
e até do exterior. Esta influência é descrita nos “Arrolamentos Gerais de Gados”, de 1870, em que se reconhece a introdução de animais trazidos do Alentejo, Trás-os-Montes e da vizinha Espanha,
nomeadamente da Galiza.
Na Churra do Minho a influência de outras raças foi, provavelmente, a menos significativa em relação às restantes raças ovinas da região do Norte de Portugal, uma vez que as selectivas e restritivas
condições climatéricas. Aliadas à escassez de alimento em determinadas épocas do ano, não permitiram o estabelecimento de raças mais produtivas, e de menor rústicidade, nestas zonas montanhosas do
Noroeste português, sendo por isso possível, ainda hoje, observar rebanhos relativamente numerosos e de grande homogeneidade fenotípica.
A selecção no passado fazia-se principalmente pela qualidade da lã e do velo, como se pode constatar, nomeadamente pelas palavras do Padre Carvalho, que dizia não haver melhor burel em Portugal,
nos séculos XVII e XVIII, do que aquele que era obtido a partir das ovelhas de Castro Laboreiro, a que chamavam galegas, nunca descorando da rusticidade e capacidade de adaptação dos animais a
estas condições tão adversas.
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Hoje, a pressão de melhoramento exerce-se sobre as características produtivas e reprodutivas, procurando-se obter uma maior precocidade e regularidade nas ovelhas reprodutoras, bem como uma melhor
conformação e velocidade de crescimento dos borregos.
A raça Churra do Minho, representada em todos os catálogos e “Arrolamentos de Gado”, nunca teve o reconhecimento e o apoio das autoridades oficiais, nomeadamente no apoio aos criadores, mediante o
fornecimento de informação, formação ou incentivos à sua produção, uma vez que se apresentava como uma raça pouco interessante do ponto de vista de produção de carne.
O trabalho do Registo Zootécnico iniciado pela AMIBA com o apoio e aprovação da Direcção Geral de Veterinária (DGV) e da Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM) permitiu ter
actualmente uma caracterização fenotípica mais detalhada desta raça. A comercialização é o próximo passo a dar na defesa duma raça autóctone ameaçada de extinção que muito tem contribuído para a
manutenção da biodiversidade do Noroeste de Portugal.
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