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Associação de Criadores de Bovinos de Raça Barrosã

A raça Churra do Minho tem o seu solar nas zonas de maior altitude das Serras do Noroeste de Portugal.

No início do século XX, os autores portugueses, a propósito da filiação dos ovinos autóctones, dividiram a população ovina existente em duas grandes categorias: o tipo bordaleiro e o tipo merino, podendo também ser considerados os animais resultantes do cruzamento destes dois tipos nas mais variadas proporções. No tipo bordaleiro, os zootécnicos da época identificam três categorias de animais conforme as características do velo que possuíam: os churros, os feltrosos e os comuns.


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Nos autores mais recentes, a classificação, quando referente ao tipo e disposição dos pêlos constituintes do velo, divide os ovinos em três grandes populações: os merinos produtores de lãs finas e onduladas, os bordaleiros produtores de lãs cruzadas, e os churros produtores de lãs compridas e grosseiras.

As ovelhas Churras do Minho, conhecidas na região minhota como “bravas” ou “galegas”, são ovinos de porte ligeiro, com velos de lã grosseira, escorrida e comprida. Estes animais são criados em pastoreio livre, constituindo rebanhos relativamente numerosos, muitas das vezes acompanhados de caprinos de raça Bravia, que ainda hoje seguem as ancestrais regras da vezeira.

O efectivo da raça Churra do Minho é rentabilizado pelo aproveitamento dos borregos para venda em talhos locais e abate para auto-consumo. O modo de produção destes animais é, pelas suas características naturais e tradicionais, como respeitante das regras do modo de produção biológica.

Além da função creatopoiética, estes ovinos são ainda valorizados pela produção de estrume, que é o principal fertilizante/correctivo usado nos campos de cultivo e na produção hortícola que sustenta estas comunidades rurais de minifúndio. A lã, actualmente em franco desuso, apesar da sua má qualidade, era utilizada para a produção caseira de meias e caneleiras, para conforto dos pastores, no Inverno.

A área de dispersão da raça Churra do Minho, que outrora se estendia desde a fronteira com a Galiza até alguns concelhos do Distrito de Aveiro, está hoje restrita a alguns concelhos dos quatro distritos do Norte de Portugal: Porto, Braga, Viana do Castelo e Vila Real.

A raça Churra, brava ou também denominada de montenha, pelas características do seu sistema produtivo, encontra-se em acelerada regressão. Está actualmente confinada às zonas mais altas de algumas serras do Noroeste de Portugal.

Apesar de todas estas adversidades a raça CM apresenta uma população bastante homogénea e pouco adulterada, por influência externa de raças exóticas, devido principalmente ao seu modo de produção, elevada rusticidade e adaptação a este tipo de sistema, caracterizado pela escassez de recursos e adversas condições climatéricas, características dos baldios das zonas onde residem os seus proprietários.